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sábado, 27 de abril de 2013


Mamãe vestida de rendas
Tocava piano no caos.
Uma noite abiu as asas
Cansada de tanto som,
Equilibrou-se no azul,
De tonta não mais olhou
Para mim, para ninguém!
Cai no álbum de retratos.Murilo Mendes – Pré-história

Piscar o Olho




Foi só piscar o olho
E eu me apaixonei enfim
No meio da fumaça
Ele também gostou de mim
O tempo foi passando
E o nosso amor saiu do chão
E eu fiquei tão grande
E mastiguei meu coração
Dessa vez não tive medo
Mesmo assim não disse "sim"
Percebi o percevejo
E deixei cravado em mim
Só eu sei o que é melhor pra mim
Ás vezes é mais saudável chegar ao "sim"
Chegar ao "sim"
Só eu sei o que é melhor pra mim
Ás vezes é mais saudável chegar ao "sim"
Chegar ao "sim"
No meio da euforia
Aquele alguém me protegia
Mas não foi por acaso
Que o encanto se quebrou
O tempo foi gastando
O que não era pra durar
Como se eu soubesse
Não era amor pra todo dia
Dessa vez eu tive medo
Mesmo assim eu disse "sim"
Percebi o percevejo
E deixei cravado em mim
Só eu sei que foi melhor assim
Ás vezes é mais saudável chegar ao "fim"
Chegar ao "fim"
Só eu sei que foi melhor assim
Ás vezes é mais saudável chegar ao fim
Chegar ao fim
Só eu sei que foi melhor assim
Ás vezes é mais saudável chegar ao fim

-Tiê

Nalgum Lugar - E.E.Cummings



 
Nalgum lugar em que eu nunca estive,alegremente além
de qualquer experiência,teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto

teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos,nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente,misteriosamente)a sua primeira rosa

ou se quiseres me ver fechado,eu e
minha vida nos fecharemos belamente,de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;

nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua imensa fragilidade:cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira

(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre;só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva,tem mãos tão pequenas.

E.E.Cummings

O coração de Melaine - Parte 3


 -Você não sente medo de mim Melaine?
-Deveria?
-Você sabe que tenho seu coração.Mas mesmo tendo,você não se entrega.Porque?
-Como assim?
O homem lentamente se virou,Melaine ia se afastando conforme ia vendo seu rosto.Ele era bonito.Era jovem,e bonito.Ele parecia familiar para a garota.Ela sentia como se já conhecesse aquele olhar tristonho,e aquelas covinhas nas bochechas.
-Você tem um nome?
-Você não se lembra Mel?
...
-Não se lembra mesmo de mim não é? Talvez tenha sido a falta de um coração.Talvez isso faça você esquecer quem ama.
-Esquecer quem ama... - repetiu MElaine sem entendr direito aquela situação.
Ela não sabia nada sobre seu passado.Começou a desconfiar que havia muito mais naquela história de orfanato.Mas o que poderia ser,o que aconteceu antes de Melaine ir parar no orfanato? Mal sabia a garota,que tudo do mais inimaginável aconteceu?E ainda estava por acontecer.

#Continua

quinta-feira, 25 de abril de 2013

O coração de Melaine - Parte 2


Melaine nunca foi uma má pessoa.Porém,nunca amou á ninguém,nunca amou á nada.Melaine apenas vivia,com afeição á algumas coisas,e adimiração á outras.Seus sentimentos nunca eram compactos.Eram coisas comfusas em sua mente,coisas estrahas que ela mesma não podia entender. Ela era assim.E só.

Ao abrir os olhos,se deparou com uma sala medieval,coberta por antiguidades,e por peles de animais.Cabeças entalhadas e livros empilhados. Um cheiro forte de sangue invadiu suas narinas e ela viu então o que tanto lhe encomodava o sono: O homem.

Um homem de costas para ela,e de roupas negras rasgadas estava parado imóvel.No silencio do ambiente ela apenas ouvia sua própria respiração. Melaine não sentiu medo.Ela sentiu curiosidade.Levantou-se e pisou no chão frio.Ela caminhou em direção ao homem que se afastou,como se sentisse medo da garota.Percebendo tal reação,decidiu caminhar até as cortinas,que imaginou ter janelas por de trás.Estava certa,e da janela empoeirada,pode ver a sua casa.pode ver que estava na tão sombria casa que á apavorava á anos.

Nunca havia sentido um medo real dela,mas tinha um presentimento ruim sobre a moradia sinisra.Por mais estraha que Melaine fosse,a casa era mais ainda. Apesar de tudo,ela se sentia segura alí,sentia um calor,um conforto.Era como se alí fosse seu real lar.Ela gostava do que via.Só não entendia por que. Também não procurou saber.

Olhando para o homem ela pode ver que ele tinha cicatrizes nos braços e pernas.Ela teve pena.Ela quis cuidar.Quem mais estranha do que a pobre e inocente Melaine? Caminhou devagar para não assustar o estranho,e encostou sua mão quente no braço frio do homem.Ele não reagiu. Melaine desceu seus dedo pelas cicatrizes.

- Voce tem um nome? - Melaine quis saber

#Continua

domingo, 21 de abril de 2013

12 de Junho


Eu senti um vazio.Um grande nada.Um opaco. Fosco. Escuro.Sombrio. Minha alma,resumidamente resumida,estava assim.Ou talvez meu ego. Eu não tinha um alguém fixo.Um alguém para me dar presente,para que eu pudesse me gabar no dia seguinte.Não iria á nenhum restaurate,bar,cinema,boate...repleto de casalzinhos. Não queria ficar sozinha,pagar de solteirona. Resolvi aceitar o convite da minha amiga e ir junto dela o namorado e um amigo - solteiro - para uma festa. Quem sabe eu ficav com o amigo dela e assim não passava aquele dia sozinha.

Você já segurou vela? Já segurou vela em um dia dos namorados? Eu já.
Cheguei no ponto marcado pela minha amiga,ela já estava lá com o namorado. Perguntei pelo tal amigo e ela disse que ele já estaria lá na festa. Fui  caminho todo segurando vela para aqueles beijoqueiros. Chegando na festa,nada do garoto. Outra desculpa esfarrapada de que ele estava chegando ( nunca confie em desculpas de amigas). Não havia uma pessoa sequer naquela festa,que estivese desacompanhada,a não ser por mim.

Limpei vomitos,ajudei a evar bebadas para casa,lavei louça,me dei com a policia.Fiz de tudo naquele dia,menos ficar com algum garoto. No fim das contas esse garoto nem existia, e minha amiga queria apenas que eu me divertisse.iversão...foi tudo,menos isso.

12 de Junho, de  Letícia Pontes

Café



Nada podia piorar. Havia acabado de levar um fora do meu namorado e minha melhor amiga me trocou por outra.Meus pais morando do outro lado do país e minhas notas pendentes na faculdade.
Entrei naquele café.Era o lugar preferido dele.Pedi o de sempre. Eu estava sozinha em um ponto de encontro.
Observei todos os casais ali,os de sempre.Desejei que tivessem mais sucesso no lance amoroso.Mais do que eu tive pelo menos. Melosidade em peso.E eu sozinha. Todos idiotas,dividindo o mesmo café,só para ficarem mais próximos.Que besteira.Eu fazia isso,e hoje estou sozinha.
Meu café frio, minhas lágrimas quentes.

Como se tivessem ouvido meus pensamentos,um casal discutiu. Ele encontrou mensagens suspeitas no celular dela.Hum.Nada legal.Mesa ao lado,eu pude ouvir tudo.Ela era uma tremenda vaca,e ele o boi chifrudo. Eu sorri com o baita fora que ela levou.Ela merecia. Ela saiu,ele baixou a cabeça.
Levantei e caminhei até a mesa ao lado. Uma nova história amrosa para mim, novos cafés,novas lágrimas.

Café , de Letícia Pontes

sábado, 20 de abril de 2013

O coração de Melaine - Parte 1



Tnha uma casa naquela rua que á assustava. Grama seca, portões enferruados, árvores sem folhas.Típica casa de filme de terror.Ela nunca entrára lá. Desde pequena ouvia hisórias assustadoras.Nunca passava naquela calçada e se benzia sempre que olhava para lá.
Melaine era uma garota estranha,tinha pesadelos esquisitos e vestia roupas antiqudas.Melaine odiava aqueles pais adotivos,odiava o irmão e odiava todu mundo.Ela só gostava da escola.Lá tinha garotos bonitos e ela sempre observava eles. Por mais estranha que fose,era cobiçada.E tinha muitas amigas.

Em determinado dia,ela teve um pesadelo,com animais e pessoas mortas e um homem de costas para ela gritava Melaine,não se apaixone. A garota não entendia. Ela nunca se apaixonara por ninguém,ela só adimirava. Nunca amou ninguém.Se quer amou á si mesma.
Melaine não contava para ninguém seus pesadelo. Outro dia,outro pesadelo,a pobre garota acordou suada e lembrava do mesmo homem dizendo pra ela Você não vai se apaixonar.Você não pode.Você é minha.Uma gargalhada sinistra ecoou em sua mente.

Voltando da escola,Melaine parou do outro lado da rua e olhou aquela casa.Todos passavam por ela sem ter receio algum.Porque ela não conseguia? Decidiu que conseguiria. Andou em direão á casa e cada vez que se aproximava sentia um vento frio percorrer sua alma,suas entranhas,e sua espinha. Ela conseguiu. Parou em frente á casa e, orgulhosa de si mesma, segurou na grade do portão e gritou Não tenho medo de você. Algo estranho aconteceu. O céu ficou cinza e começou a trovejar. Uma neve fina começou a cair.Alguns segundos depois um vento terrível começou a soprar e olhando para o alto ela viu um furacão se formando. Não podia ser real,aquilo não acontecia daquele lado do país.Nunca aconteceu. Seu coração é todo meu , foi a última coisa que Melaine ouviu.

#Continua
 

Felicidade Plena



Antes de ontem eu fui dormir feliz.
Ontem acordei feliz.
Hoje, nada mais do que feliz.

-Letícia Pontes

Inverso



Suas amigas me disseram que você está mais feliz,mais radiante,melhor consigo mesmo.Suas amigas são minhas amigas,suas amigas me contaram que você está se apaixonando. Depois daquele beijo,você está sempre no meu pé.Sempre me paparicando.Pra você eu sou princesa,mesmo eu sendo esquisita.Elas falam que eu me visto de qualquer jeito,e reclamam que eu não penteio meu cabelo,elas dizem que eu tenho que ser mais feminina e parar de andar de skate.Você diz apenas que esse é meu jeito e que sou fofa assim.

Todo mundo já disse e eu concordo,me desculpe,não temos nada a ver.Não combinamos.Parece que você está realmente apaixonado, e eu nunca pensei que isso fosse acontecer.Me desculpa se não correspondo.Sei que deve ser difícil,sei que você está se esforçando,mas não. Tava tão legal quando era só uma amizade...Amizade colorida. Não paixão.Eu não quero. Não quero me apaixonar.Nunca mais. Também não quero te ver sofrer.Pare de tentar antes que eu me apaixone,ou antes que você quebre a cara. Vamos parar com isso,não vai ter futuro,não vai nos fazer melhor, talvez você devesse procurar uma garorta melhor,que esteja pronta para se entregar.Eu não sou essa garota.Me desculpe.

-Letícia Pontes

Banheiro de Universidade


Dia desses,depois do intervalo lá no cursinho,eu estava muito atrasada para entrar na sala e o professor não gosta quando eu chego atrasada( sempre me atraso,mas dessa vez foi imoral),então resolvi que não iria entrar na sala ( só tinha mais essa aula),só que não tinha como ir embora,minha mochila estala lá dentro.Eu também não podia ficar nos corredores,porque no meu setor tem dua cordenadoras chatas observando se estamos dentro da sala. Resolvi então que iria ficar no banheiro. Você não tem noçao como é o movimento dentro do banheiro de uma faculdade...

Tenho amigos de todos os tipos,de todas as cores e gostos.Já ouvi todo tipo de conversa. Bom...pelo menos eu achava que eu já tinha ouvido,até passar uma hora dentro do banheiro da Universidade.Entraram lésbicas,nerds,punks,patricinhas...
A primeira conversa que ouvi foi de duas amigas criticando a professora chingando ela de tudo quanto é nome.Teve uma outra garota que entrou falando no celular,ela se trancou dentro do banheiro e conversou mais uns cincco minutos sobre uma festa e um garoto que tinha dado o bolo nela,falou também de um amigo que estava voltando de viagem do Rio Grande do Sul.Muito tempo depois ela disse "Amiga,vou desligar que eu estou me mijando.".
Entrou uma garota que passou muito tempo dentro do banheiro,e depois gritou "Tem alguém ai?" Obviamente eu disse que tinha eu ali, e ela: "Tem papel em algum banheiro aí?" Para o azar da garota,não tinha.Ela xingou,reclamou de não ter papel,e eu,particulamente acho que não foi muito legal pra ela (pela demora dela,acho que não era xixi).Eca.

Teve uma garota que entrou em um banheiro que nele é só chuveiro,ela não tomou banho,mas passou quase meia hora trancada lá dentro.Não em pergunte fazendo o que.Teve gente que entrou umas três vezes. Teve uma gestante que estava ao telefone e só falava de sexo.
Um faxineiro entrou lá,e caramba...ele pegava o lixo com a mão,sem luva,sem nada.Pegou em papel higiênico usado e coisa pior.Ele me pergunto "Ta fugindo de alguem?" , dei a desculpa de estar com dor de cabeça. Todo estilo de gente entrou.Pessoas que conversavam comigo,pessoas que me faziam cara feia.

Enfim,quando você puder,gaseia uma aula pra observar o movimento do banheiro da sua Universidade. Sério,é muito hilário.

XOXO
 - Letícia Pontes

Ausencia

Eu quero primeiramente, explicar o porque que o blog está tão ausentado da minha presença.
Tenho estado realmente ocupada, desta vez não é desculpa minha.Sério.
Eu estou terminando o ensino médio esse ano,como já sabem ( ou eu acho, que sabem).Aém disso estou fazendo um cursinho pré-ENEM á tarde na Universidade Federal, (que foi muito difícil conseguir a vaga).De noite é o tempo que faço trabalhos da escola, e do curso.Todo primeiro final de semana do mês (pra finalizar), eu faço curso de Libras.E também tenho trabalhos de lá.

Meu cronograma está mais ou menos assim:
Acordo de cinco horas, vou pra escola.
Onze e meia eu vou pra casa tomo banho almoço e vou pro curso.
Saio do curso de cinco e meia,vou pro escritorio do meu pai,pra ir pra casa com ele.
Chego em casa de sete horas,morta com farofa,mas tenho que fazer atividades,trabalhos,comer,tomar banho.
Eu,que costumava dormir depois de meia-noite,estou indo dormir de nove horas,no máximo dez.
E fora o curso de libras né...
No fim de semana é quando estou tendo tempo de postar,de ver meus amigos,ir o shopping,igreja...
Enfim, espero que esteja explicada a minha ausencia.
Beijos e até logoo!

XOXO!

P.S.: E adoro morangos!

sábado, 13 de abril de 2013

Tinga




TINGA



Tinha caído uma chuva fina na noite anterior. Tupã havia nos abençoado naqueles últimos dias e nossas plantações estavam bem desenvolvidas. Era bem cedo quando sai com meus três irmãos mais novos para banhá-los no rio. Estávamos voltando para a aldeia e ainda no caminho escutei alguns gritos, não gritos de desespero. Era como se muitos falassem ao mesmo tempo, e competissem por algo. Algo do tipo. Mandei meus irmãos subirem nas árvores e não descerem até que eu voltasse. Eles, empolgados, subiram rápido e começaram a brincar com Moema e Unai, macacas que eles mesmos deram os nomes.
Com minha lança na mão cheguei sorrateiramente á aldeia, escondida em uma árvore observei. Estava deserta. Nenhum movimento. Redes balançavam ao vento, sem ter ninguém dentro. Nem mesmo os animais estavam ali. Estranhei. Vasculhei as ocas. Nada.




Não larguei minha lança por nada, o medo começava a me dominar. Onde estava meu pai? Meus amigos? Onde estavam todos? Eu raramente tinha medo. Eu era a única índia ali que caçava, ao invés de lavar roupa. Eu era a preferida e não queria que isso acabasse ali. Respirei fundo e andei em direção á praia. Sempre com os joelhos curvados em um ângulo não muito fechado, a lança apontada para frente e olhos e ouvidos bem apurados.

Toda a aldeia estava na praia, demorei um pouco para entender o tumulto. Eu nem sabia o que pensar. Havia enormes pedras de formatos iguais no mar. Pedras que antes não estavam lá, e nenhuma outra pedra por ali, tinha aquela cor. Consegui me aproximar do Cacique.
-Pai, o que é isso?
Ele colocou a mão em meu ombro, e me fez ficar, junto com ele, de costas para o mar. Ele pediu silencio e alguns segundos seguintes todos se mantiveram calados. Meu pai não precisava fazer barulho, gritar, brigar, para que o obedecessem. Sempre teve muita autoridade. Depois que minha mãe morreu, ele ficou mais sério e as pessoas ficaram mais submissas ainda.

Ele fez um pequeno discurso sobre evitarmos estar na praia. E disse que manteria vigilantes por ali durante todo o dia e se necessário á noite. Ofereci-me para ser uma das vigilantes, mas meu pai não deixou. Ele pediu para que buscasse meus irmãos e fossemos para a oca.

Na tarde daquele mesmo dia, meu pai recebeu um relatório. Pedras menores saíram das pedras maiores, eram diferentes. E agora se dirigiam á praia.
Meu pai e eu tínhamos certeza de que não eram pedras. Pedras não surgem da noite para o dia, no meio do mar. E pedras não andam, ou nadam. Mas ele não queria assustar ninguém, muito menos meus irmãos medrosos.

-Pai, o que o senhor acha que são?
Estávamos agora em um penhasco, observando aquelas “pedras” estranhas.
-Acho que são canoas.
-Também pensei isso. Mas são tão diferentes. As nossas não tem essas... Coisas.
- Sim. É verdade.
-De onde elas vieram?
-Não sei minha filha. Não sei. Mas podem ser perigosos. Talvez uma outra tribo querendo guerrear.
-Estão muito próximos.
-Sim, á qualquer minuto iram descer á praia.
-Temos guerreiros lá em baixo?
-Sim. Mas quero que você pegue seus irmãos e vá para o lado norte da aldeia. Quero que fique por lá e se abriguem na caverna do lobo. E quando eu decidir que é seguro, mandarei busca-los. Irei mandar a velha Ceci para avisa-los que voltem. Se daqui a duas luas ninguém aparecer, quero que fujam, sempre para o norte da aldeia. Nunca para o sul.
-Pai, -o abracei- vai ficar tudo bem.
-Não posso perder vocês também. -Ele estava chorando-Não posso.

Peguei uma cesta velha e enchi com alimentos. Peguei minha lança e chamei meus irmãos. Subimos o penhasco novamente. Meu pai não estava, mas lá. Olhei em direção a praia. As canoas haviam chegado. Tinham outros índios. Índios cobertos. Índios pálidos. Índios estranhos. Talvez não fossem índios. Não pude resistir.
- Ubirajara, aonde você vai?
-Fique aqui Piatã. Volto logo!
Meus outros irmãos estavam sentados brincando com Moema e Unai, as macaquinhas.
-Fique de olho em Saíra e Cauré. Não cheguem perto da ponta do penhasco.
Corri pela mata enquanto ele administrava tudo que eu havia dito.
Me abriguei junto á um grupo de rapazes que estavam espreitando a conversação de meu pai com o cara pálida, por entre as plantas.

Senti alguém me puxar pela cintura. Era Acauã, fazia tempo que eu não o via.
-O que está acontecendo?- Perguntei




- Não sei. Os Tinga estão falando como animais, não da para entender.
- O que a garota com nome de menino está fazendo aqui?
Jaci. A namorada do meu melhor amigo, Acauã. Ela me odeia.
-Não se preocupe, estou de saída. – Falando isso me virei e corri de volta ao penhasco. Meus irmãos não havia nem se mexido.

A caverna do lobo ficava distante, e já estava muito escuro quando chegamos. Estava cansada de carregar meus dois irmãos mais novos no colo, então assim que cheguei, dormi. Todos dormiram.
Acordei com a luz do sol me incomodando. Meus irmãos tinham saqueado a cesta e comido quase todo o alimento ali.
-Seus bobos, temos que comer o menos possível.

Passada as duas luas, eu chorei. A velha Ceci não havia aparecido. Resolvi esperar mais uma lua. Nada. Eu queria voltar, ver se meu pai estava bem. Mas eu prometi fugir. Eu não fugi. Fiquei na caverna do lobo durante vinte e sete luas, a comida havia acabado. As árvores mais próximas já não tinham mais seus frutos, e eu não poderia fazer mais nada a não ser fugir. Enquanto esperava meus irmãos acordarem, sentei ao lado de fora da caverna. Segundos mais tarde ouvi algum barulho nas plantações  próximas.
-Velha Ceci! Eu não acredito. Você veio! Eu estava esperando pela senhora.
-Minha menina, já fazem vinte e sete luas. Não deveria estar aqui.
-Mas estou. Veja que sorte.- Abracei A velha Ceci. – O que foi Velha Ceci? Está estranha.
Velha Ceci começou a chorar.
-Você deveria ter partido menina tola. Deveria ter partido.
Me afastei dela, olhando-a interrogativamente. E então vi, quando vários daqueles Tinga saíram dos arbustos e árvores com alguns objetos, que imaginei que feriam apontados para mim. Desejei que meus irmãos não saíssem da caverna.




Os Tinga gritavam algo para mim e sacudiam suas gerigonças esquisitas para meu lado. Eu estava prestes a chorar.
-Onde está o meu pai valha Ceci?
-Ele se foi minha querida. Ele se foi.
-Se foi? Como se foi Velha Ceci? Do que está falando?
-Eles estão escravizando todos nós. E quem não os-obedece, eles tiram a vida.
-Não. –Sussurrei desolada.
Entrei na caverna de costas e escutei os tinga gritarem algo. Meus irmãos haviam feito exatamente o que eu havia dito desde o início: Fugiram pela abertura traseira. Eu não poderia ir, eles iriam me seguir e encontrar á mim, e a meus irmãos. Mas se eu não fosse, Piatã, Saíra e Cauré ficariam sozinhos e não poderiam se defender.
Eu não seria escravizada, e nem deixariam que pegassem meus irmãos. Eu só pensei em uma única coisa. Eu pulei o penhasco.






Significados dos nomes:

Tinga – de cor branca ( Origem Tupi )
Ceci – Mãe superior ( Origem Tupi )
Ubirajara – Senhor da lança, lanceiro.( Origem Tupi )
Piatã – Forte, corajoso (Origem Tupi )
Moema – doce, adocicada ( Origem Guarani)
Unai- Pretinha (Origem Tupi )
Saíra- Pequeno, delgado (Origem Tupi )
Cauré – espécie de gavião ( Origem Nheengatu )
Acauã – Grande ave que ataca as serpentes ( Origem Tupi )
Jaci – Lua (Origem Tupi )


AUTORA: LETÍCIA PONTES DOS SANTOS


Isso é a cara da minha irmã :P


Quem nunca ...


O perigo da falta de diálogo


segunda-feira, 8 de abril de 2013




Eu não preciso de herói,eu sei me defender.
MAs não reclamaria em ter alguem que quera desepenhar esse papel.Mesmo que eu não precise,mesmo que u saiba que eu mesma sou minha hroina,mesmo que ele não possa me defender,só de ter alguém que se preucupe,isso já é suficiente.
Mas eu não quis dizer que esse herói tem que ser você...Mss se você quiser ser,não vou reclamar...

-Heróis , Letícia Pontes


Até achava que aqui batia um coração...




Pottermaníaco sabe :P KKKKKKK


Minha ilha




Garotas,digam se eu estiver errada.
Quarto não foi feito só para dormir. É lá que choro,que danço,que escrevo minhas cartas,meus poemas,e planejo tudo que quero fazer no dia,semana, e pelo resto da vida.É nesse comodo da casa que eu escolho a roupa do meu encontro,que eu escondo minha grana que ligo pra um garoto,é lá que eu enceno o que vou falar pra ele, é lá que xingo todo mundo sem que possam ouvir.
No meu quarto eu sou atriz,sou cantora,poema,cantora de ópera,dançarina,escritora e o que mais me der a telha. Lá eu sonho,lá eu realizo,lá eu vivo momentos unicos,momentos criados,que queria ter vivido,que planejo viver.Lá escondo meu diários e meus segredos.Mando mensagens na madrugada e recebo toda sorridente, e de lá que mando minha irmã sair.Meu quarto,é precioso.
Meu quarto é a minha ilha misteriosa de segredos e teseoros.

-Letícia Pontes